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Estimado (a) Associado(a),
José Bonifácio de Andrada e Silva disse:
“Riquezas e mais riquezas gritam os nossos pseudo estadistas, os nossos vendedores e compradores de carne humana, os nossos sabujos eclesiásticos, os nossos magistrados, se é que se pode dar um tão honroso título a estas almas que a maior parte são venais e impõem a vara da justiça para oprimir os desgraçados que não podem satisfazer a sua cobiça ou melhorar a sua sorte.”
“E então, senhores, como pode grelar a justiça e a virtude, e florescerem os bons costumes entre nós? Quando me emprego nestas tristes considerações, quase que perco de todo as esperanças de ver o nosso Brasil um dia regenerado e feliz, pois que se me antolha que a ordem das vicissitudes está de todo invertida no Brasil. O luxo e a corrupção nasceram entre nós antes da civilização e da indústria.”
Ele disse tudo: o luxo e a corrupção nasceram antes de tudo aqui, as pessoas que vieram para cá eram luxo e corrupção, e se perpetuaram, porque, é lógico, o poder se perpetua. Se tirarmos qualquer informação sobre a data, esta descrição confere com a realidade brasileira de hoje? Pois é.
Mas nem tudo é mau e está perdido. Vejam este trecho escrito por Hegel - A Dialética do Amo e do Escravo.
“O escravo é aquele que não foi até o fim na luta, aquele que não quis arriscar a vida, aquele que não adotou o princípio de: ‘Amos, Vencer ou Morrer’, aceitou a vida escolhida por outro, por isso depende deste outro. Preferiu a escravidão à morte; é por essa razão que, permanecendo com vida, vive como escravo.”
O escravo não quis ser escravo; tornou-se escravo porque não quis arriscar a vida. Daí a advertência perene: o Amo não é Amo, senão pelo fato de que possui um escravo que o reconhece como tal. Essa é a questão.
Se somos escravos desse governo, e fomos de outros, é porque escolhemos esse caminho em detrimento da luta. Não arriscamos e preferimos a zona de conforto.
Somos escravos dos Amos que reconhecemos.
Forte abraço,
Rommel Barion