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O Encontro Nacional da Indústria - Enai 2014, realizado em novembro, reuniu 1,8 mil industriais de todo o país, além de representantes do governo, de sindicatos, associações e acadêmicos. Durante dois dias de evento, os participantes discutiram as melhores formas de impulsionar a economia brasileira através do desenvolvimento da indústria.O Sincabima foi representado pelo presidente Rommel Barion.
Em sua 9a edição, o Enai deixou clara a expectativa por mudanças rápidas para a segurança do setor. “Precisamos de sinais firmes de que a política econômica se movimentará em sentido de maior estabilidade”, afirmou o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, durante discurso na abertura do evento.
O objetivo do setor industrial é recuperar sua força na economia brasileira. Atualmente, a participação da indústria no PIB é de 25%, dez pontos percentuais a menos que nos anos 1990. E, segundo um estudo divulgado pela CNI, dos 27 estados brasileiros, apenas nove tiveram aumento da participação no PIB industrial entre 2001 e 2011. “A existência de uma indústria forte, dinâmica e competitiva faz enorme diferença na rota para desenvolvimento do país. Não existe país rico sem indústria forte. O setor industrial é a principal fonte de progresso tecnológico”, lembrou Andrade.
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges, também participou do encontro e destacou que, apesar de a indústria brasileira ter sido o setor mais afetado pela crise financeira, há uma previsão otimista já que o mercado de consumo brasileiro é bastante dinâmico. A confederação, no entanto, defende que o governo deve apresentar no início do próximo ano uma agenda de competitividade com metas claras definidas. Os investimentos em infraestrutura e as reformas trabalhista e tributária devem ser a prioridade para 2015.
Durante o Enai, foi elaborada a Carta da Indústria, que propõe ao governo prioridade a três pontos fundamentais: o sistema tributário deve eliminar a cumulatividade de impostos e desonerar as exportações e investimentos; as relações de trabalho devem ser modernizadas de acordo com as atuais condições de trabalho e com segurança jurídica; os investimentos em infraestrutura devem se elevar em relação ao PIB, com maior participação do capital privado.
“O encontro é muito produtivo, muito válido e existe uma boa receptividade por parte do governo. É importante que os empresários façam este debate. Mas, lamentavelmente, os avanços são muito pequenos e não há resultados práticos no dia a dia”, avaliou o presidente do Sincabima, Rommel Barion, que participou do evento pela quinta vez.
Outros temas
Durante o 9o Enai, outros temas também foram amplamente discutidos, tais como a agenda tributária, a modernização das leis trabalhistas, a segurança jurídica e a educação. Um dos desafios é melhorar tanto o ensino básico como a formação de profissionais de nível superior em áreas técnicas, principalmente, diminuindo a distância entre a teoria e a prática nas universidades.
Com informações da Agência Fiep