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John Revill
A Nestlé SA enfrenta aumentos sem precedentes nos preços das matérias-primas e prevê que a situação continuará pelos próximos anos, disse ontem o diretor de compras da empresa.
Especuladores, condições climáticas e alta das cotações do petróleo estão elevando os preços do cacau, café e outros ingredientes que a empresa suíça usa em seus produtos, disse o diretor Kevin Petrie.
Em termos nominais, estamos vendo aumentos sem precedentes no preço das commodities, disse Petrie no seminário anual da empresa para investidores, em Vevey. Vemos tremenda volatilidade e obstáculos.
O mundo está no meio de um ciclo de alta das commodities, disse, com o crescimento econômico na Índia e na China puxando o aumento dos preços. A atual expansão começou em 2004 e pode continuar até 2024, disse.
Em termos reais, descontando o impacto da inflação, os preços também estão em alta, embora a tendência de longo prazo tenha sido de baixa, disse.
A volatilidade aumentou, com a variação média mensal nos preços chegando a 16,4% entre 2006 e 2010, em comparação com 12,4% entre 2000 e 2005, disse.
A Nestlé é uma das maiores compradoras de matérias-primas alimentícias do mundo, tendo gastado 60 bilhões de francos suíços (US$ 71,5 bilhões) em 2010. Isso inclui 22 bilhões de francos em ingredientes como laticínios, café e açúcar e 8 bilhões de francos em embalagem.
Os preços também sobem porque fundos de investimento estão cada vez mais comprando commodities, em busca de melhores retornos que ações, disse Petrie.
Também houve a questão das crises políticas, como o conflito na Costa do Marfim, que reduziu as remessas de cacau este ano. Cerca de um terço do cacau do mundo sai da Costa do Marfim, e a Nestlé é um dos principais consumidores.