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Já imaginou um estádio de futebol onde o plástico de copos, talheres e sacolas foi substituído por um material fabricado a partir da mandioca? Seguindo a visão de que “nada se perde, tudo se transforma”, o Mané Garrincha tem planos de adotar o uso desses produtos.
A ideia faz parte do conceito Zero Waste, um programa de aproveitamento total de resíduos que a Secretaria Extraordinária da Copa 2014 e o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) pretendem inserir na arena. A utilização dos objetos, 100% biodegradáveis, é um dos ciclos do chamado Lixo Zero, que prevê uma mudança cultural por meio de ações como reciclagem, educação ambiental e reaproveitamento total dos resíduos como matéria-prima para outros produtos.
A previsão é que os materiais sejam utilizados nas lanchonetes e nos restaurantes que vão se instalar futuramente no estádio. Na aparência, o material é semelhante ao plástico, mas o grande diferencial está no tempo de decomposição: enquanto o plástico comum demora 100 anos para se desintegrar no meio ambiente, o produto feito a partir da mandioca leva, em média, de 40 a 120 dias.
A separação será feita no momento do descarte. O material será separado do resíduo orgânico e encaminhado a uma usina de compostagem para ser transformado em adubo. “Além de estimular a consciência das pessoas, a ação vai favorecer o meio ambiente e toda uma cadeia, como a agricultura”, afirma o diretor do SLU, Gastão Ramos.
Ideia sustentável – Nos Estados Unidos, a fabricação de copos e outros objetos biodegradáveis é feita com amido de milho. Por ser comum no Brasil e especialmente no Cerrado, a mandioca é a matéria-prima usada na produção de produtos biodegradáveis. Em Brasília, o projeto para utilização dos objetos está em fase de estudos.
A produção ainda é pequena no país, mas já é feita em Santa Catarina. Para o diretor do SLU, o aumento da demanda pelo material fabricado a partir da mandioca vai estimular o crescimento de empresas e negócios sustentáveis. “Significa a abertura de toda uma cadeia, de mercado de produção, consultorias na área e educação ambiental. Isso é desenvolvimento econômico”, destaca Gastão Ramos.
Caso o projeto seja implantado, o Mané Garrincha será o primeiro estádio de futebol a seguir o programa Lixo Zero. A ideia é que alguns exemplos bem sucedidos no Giants – estádio de baseball da cidade norte-americana de São Francisco – sejam aplicados na arena.
Um deles é a instalação de duas mini usinas de compostagem (reaproveitamento de orgânicos) dentro do estádio para fazer a separação dos resíduos. A colocação de lixeiras com formatos, cores, tamanhos e desenhos conforme o tipo de lixo também está entre as possibilidades. “É autoexplicativo e o próprio cidadão decide qual será a destinação do resíduo”, explica Ramos.
Essas ações vão contabilizar pontos à candidatura do Mané Garrincha para receber o Leed Platinum. O selo é reconhecido internacionalmente e garante que a construção é altamente sustentável. Até hoje nenhum estádio do mundo conquistou esse nível de certificação.