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Diversas situações geraram ano díficil para o setor de mandioca

Confira a entrevista com o presidente do SIMP, Roland Schurt, que comenta os principais fatos que ocorreram no ano que está terminando

clique para ampliarRoland Schurt, presidente do SIMP (Foto: Divulgação)

Um conjunto de fatores tornou 2015 um ano difícil para os produtores e industriais da cadeia produtiva de mandioca. O Boletim da Indústria conversou com o presidente do SIMP, Roland Schurt, que avaliou essas ocorrências e fala sobre o cenário e medidas que estão sendo tomadas para minimizar os prejuízos. Confira a seguir:

Boletim da Indústria - Como o senhor avalia o cenário econômico deste ano para o setor de mandioca?

Roland Schurt - Nós tivemos coincidentemente dois problemas econômicos sérios que ocorreram de forma paralela. Um deles foi a dificuldade pela qual passa a economia nacional que afetaram a indústria e o agricultor de todos os setores. Junto a isso, houve uma crise da mandioca, com excesso de plantio, o que fez com baixasse demais o preço da tonelada e raiz, afetando os produtores e o fornecimento.

Além da questão econômica, também contribuiu para o cenário negativo, o fenômeno climático El Niño, que trouxe muita chuva aos três estados da Região Sul, ocasionando grandes perdas de mandioca, tanto por doenças, erosão e podridão da raiz que estava em fase de colheita. Somados esses fatores, esse foi um ano extremamente difícil para o setor.

Como o senhor comentou, houve vários problemas com os preços e os produtores. Essas dificuldades já foram superadas?

Nós estamos ainda passando pelas dificuldades. Já houve uma reação nos preços da raiz e atualmente estamos pagando em torno de R$ 0,40 a grama de teor de amido, o que já agrada mais o produtor. Acreditamos que essa pequena recuperação deve permanecer até o primeiro trimestre de 2016. Já o cenário político e econômico nacional permanece em crise, que eu considero a mais severa de todos os tempos, o que gera bastante instabilidade e falta de confiança e segurança para os investimentos.

O dólar passou por uma valorização importante durante 2015. Para o setor quais foram os impactos e as oportunidades? O setor ampliou ou pretende ampliar as exportações?

O setor exportou nesse período, mas relativamente pouco. Abrir mercado para a exportação exige tempo, portanto, quem já tinha iniciado este processo se beneficiou pela valorização do dólar. Mas, mesmo com o dólar alto, nossas indústrias têm muitas dificuldades para vender no mercado externo. A competição é muito grande sobretudo com a Tailândia, que é um grande produtor mundial e oferece os produtos com preços com os quais não conseguimos competir.

Quais foram as iniciativas internas do setor para escapar da crise?

Além de buscar equilibrar as contas e gastar apenas o que estava dentro da capacidade de pagamento, as empresas buscaram vender produtos para o Governo Federal via compra direta, o que aliviou um pouco o prejuízo. Estamos lutando também para garantir a mistura de fécula em produtos como o pão francês, que podem tornar mais nutritivo e menos custosa a fabricação, reduzindo a necessidade da importação do trigo e trazendo melhorias para o setor de mandioca. Mas, essas medidas tramitam lentamente no Congresso.

Que ações o sindicato planeja para o próximo ano?

Este ano nós participamos ativamente com o 16º Congresso Nacional da Mandioca, que contou com mais de 600 pessoas e empresas, inclusive com 16 empresas do exterior, e foi um evento muito interessante e atuamos na continuidade da implantação dos projetos, como o de Logística Reversa. Além disto, atuamos de forma intensa na negociação salarial, que foi bastante complicada e difícil, a fim de evitar onerar ainda mais o setor produtivo.

Além da continuidade dos projetos, no próximo ano ocorrerá a 1ª Fimam - Feira Internacional da Mandioca em novembro, na qual estamos empenhados e que deverá ser medida importante para alavancar o setor de fécula, farinha e mandioca para torná-lo mais conhecido no Brasil. Manteremos ainda nossa agenda junto ao Governo Federal e ações de capacitação e melhoria da gestão para auxiliar as indústrias a se tornarem mais competitivas.

Quais as perspectivas para a economia no próximo ano?

O setor está sendo preparado e informado para enfrentar as mesmas dificuldades de 2015 no ano que vem. No próximo ano, a crise política ainda deve provocar efeitos importantes sobre a economia e nossas perspectivas são bastante conservadoras. A partir de 2017 devemos ter uma recuperação.

Qual mensagem o senhor enviaria aos associados do SIMP neste momento?

Devemos continuar fortes e unidos. Tudo passa. Estas são fases complexas, mas é possível trabalhar junto para vencer as dificuldades. É o que estamos fazendo. Estamos buscando equilibrar as contas das empresas, evitar financiamentos de longo prazo em função dos juros altos. Também é importante participar de forma ativa junto ao sindicato. Este é o espaço para debater o cenário e os problemas presentes e que virão. Estamos planejando instalar já no início de 2016 um fórum permanente para discutir saídas para os preços da mandioca, evitando esses altos e baixos que tiram a competitividade e dificultam a produção, trazendo perdas. Fica meu convite e apelo para que o industrial venha participar e trazer suas questões e sugestões. Juntos seremos um setor mais forte.

Um 2016 repleto de oportunidades e realizaçõesConfraternização do SIMP reuniu mais de cem industriais