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Os agricultores familiares dos municípios paranaenses atingidos pela estiagem que ocorreu entre o final de
2011 e início de 2012 estão sendo beneficiados com créditos complementares no valor de até R$
100 milhões, conforme prevê a Resolução 4112/2012, do Banco Central do Brasil. Com a medida, sobe
para cerca 14 mil o número de unidades produtivas beneficiadas. Até o final de 2012, os produtores do Estado
já acessaram R$ 40 milhões para fazer frente aos prejuízos causados pela seca.
O
secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, afirmou que os novos recursos se somaram
às ações desencadeadas pelo Estado, permitindo que os agricultores familiares atingidos pela estiagem
se previnam contra eventos futuros da mesma natureza. Ele lembrou que o governo desenvolve um programa de abastecimento de
água para comunidades rurais que prevê a construção de 480 sistemas até 2014, ao custo estimado
de R$ 58 milhões.
Com os recursos federais, cada agricultor pode utilizar até R$ 10
mil por projeto apresentado e o pagamento pode ser realizado em até 10 anos. Técnicos do Instituto Emater participam
da elaboração dos projetos e vão prestar assistência técnica durante a fase dos investimentos.
Ortigara
explicou o Paraná atingiu a meta de atendimento a cerca de 14 mil agricultores prejudicados pela seca. Ele afirmou
que o objetivo foi alcançado devido a uma ação conjunta e contínua, envolvendo as instituições
públicas e privadas do Estado, junto à Secretaria de Agricultura Familiar (SAF), do Ministério do Desenvolvimento
Agrário (MDA). Assim, foi possível incrementar o volume de recursos. Para toda a região Sul, foram liberados
mais R$ 600 milhões.
EM OBRAS - Parte dos agricultores já realiza obras de revitalização
de suas propriedades com práticas de uso, manejo e conservação do solo e da água, projetos de
irrigação, formação e melhoria de pastagens, produção e conservação
de forragem destinada à alimentação animal, entre outros investimentos que visam reduzir os impactos
de estiagem em futuras safras. “É preciso prevenir para evitar gastos emergenciais a cada evento climático”,
considerou Ortigara.
Os recursos foram negociados numa ação conjunta envolvendo a
Secretaria da Agricultura e do Abastecimento e instituições parceiras como a Superintendência Estadual
do Banco do Brasil, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná (FETAEP) e o Instituto
EMATER, com apoio da Delegacia Federal de Desenvolvimento Agrário no Paraná.
SAFRA
- Segundo o diretor do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, Francisco
Simioni, o volume de crédito disponível ao Estado está dentro das metas estabelecidas pelas instituições
parceiras. “No Paraná, embora a estiagem tenha sido um fator muito forte, reduzindo as produtividades de feijão,
milho e soja, os danos causados aqui foram menores, quando comparados com os Estados vizinhos como Santa Catarina e Rio Grande
de Sul, comparou o diretor.
O diretor explicou que esse ano a realidade é bem diferente.
“O clima foi favorável e o Paraná está colhendo uma safra de grãos satisfatória,
se destacando no cenário nacional”, disse.
De acordo com a previsão do Deral,
deverão ser colhidas cerca de 22,7 milhões de toneladas de grãos na safra de verão 2012/13. Com
um clima favorável também para o período verão/outono – 2013, a segunda safra de milho poderá
ampliar essa produção em mais 11,3 milhões de toneladas, aumentando a produção de grãos
para cerca de 34,6 milhões, uma das maiores safras já produzidas no Paraná.