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O Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) aproveitou o Show Rural, realizado em Cascavel, nos dias 6 a 10 de fevereiro, para apresentar duas linhagens promissoras de mandioca. A IPR União atende o setor indústria e tem alto teor de amido. Já a variedade IPR Ivar é destinada ao consumidor final.
O pesquisador do Iapar, Mario Takahashi, salienta que a IPR União produz em média 20% a mais de amido em relação a outras variedades, o que representa ganhos de até 30% na comercialização. "Não é porque produz 20% a mais de amido que o produtor recebe, necessariamente, 20% a mais no valor. Pode ser uma porcentagem maior, dependendo do produto", explica.
Takahashi afirma também que a linhagem é considerada tardia porque o ideal é que seja colhida entre 15 e 24 meses após o plantio. Em relação à produtividade, o pesquisador faz uma ressalva. "A União produz praticamente a mesma coisa que outras variedades. Mas como o mais importante é o teor de amido, ela cumpre bem o seu papel."
Outra linhagem que o Iapar levou a Cascavel é voltada ao consumidor final. Conhecida como Ivar, em homenagem ao produtor que cedeu material básico para pesquisas, ela leva em torno de 20 minutos para cozinhar, quando a média é de 30. "O consumidor sempre prefere a que fica pronta mais rápido", afirma o pesquisador.
Segundo o presidente do SIMP, João Eduardo Pasquini, as ações do Iapar têm contribuído muito para o crescimento do setor da mandioca. "A mandioca vem tendo exemplares comprometidos há vários anos. O Instituto, então, combate este gargalo lançando novas variedades a cada ano", afirma.
Nutrientes - No que diz respeito à saúde do brasileiro, Takahashi salienta outro aspecto importante. "A Ivar tem alto teor de carotenóide, que é o precursor da vitamina A. Logicamente, não podemos comparar com outros alimentos, como a cenoura, mas essa mandioca poderá suprir parte das necessidades diárias de ingestão dessa vitamina", explica.
Se o cultivar IPR Ivar traz vários benefícios para o consumidor, o mesmo pode-se dizer do agricultor. Ele
colhe a mandioca um ano após o plantio, quando a maioria dos produtores já colheu e vendeu a produção.
"Isso possibilita preços melhores na comercialização, porque a oferta do produto será bem menor",
diz o pesquisador. Mesmo sendo tardia, ele garante que a Ivar cozinha bem, o que vai ao encontro do gosto do brasileiro. As
duas linhagens estão em fase de registro no Ministério da Agricultura e ainda não estão disponíveis
para comercialização.