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O estado do Amazonas deve se tornar referência na produção de biocombustíveis para a geração de energia elétrica na região.
Além de utilizar energia renovável, o projeto é pioneiro no Brasil e vai gerar oportunidades de trabalho, uma vez que a mandioca será cultivada na fazenda/laboratório da Ufam, localizada na BR-174 (Manaus - Boa Vista). A previsão é de que o projeto, com duração de 27 meses, esteja em plena execução até fevereiro de 2012, mas a pesquisa ainda não tem data confirmada para ser concluída. "Os motores ainda estão em fase de testes na VSE. Ao todo, foram plantados quatro hectares de quatro espécies de mandioca na fazenda experimental. Também estamos trabalhando na montagem da infraestrutura da subestação para receber os motores geradores", revelou.
Nova tecnologia - Segundo Cordeiro, a idealização do projeto é do professor doutor Rubem Souza (Ufam), que fez a proposta de investimento à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e recebeu a aprovação.
A assinatura do contrato aconteceu em novembro do ano passado. A ação segue os critérios estabelecidos pela Aneel, em atendimento à Lei Federal 9.991/2001, que determina a aplicação de recursos em projetos de pesquisas que reflitam em melhorias à sociedade.
Na fazenda experimental da Ufam, será montado um pequeno laboratório para produção e caracterização físico-química do etanol produzido a partir de cultivares de mandiocas recomendadas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para a Região Amazônica, em terra firme e em várzea.
Outras fontes de energia - Coordenado pelo pesquisador doutor em Microbiologia do Solo pela Universidade de Minnesota (EUA) Luiz Antônio Oliveira, o projeto pretende avaliar o potencial dos frutos de babaçu na produção de óleo. A iniciativa está sendo desenvolvida no município de Barreirinha (a 331 quilômetros de Manaus) e os pesquisadores pretendem substituir o diesel, por exemplo.
Sobre o potencial da palmeira para geração de biocombustível, Oliveira destacou no babaçu a possibilidade de abastecer uma pequena cidade ou uma vila isolada na Amazônia. "Se nós comprovarmos por meio das pesquisas o potencial do babaçu como gerador de energia, estaremos criando um novo mercado capaz de gerar empregos e integração social", destacou o pesquisador.
Embora as amêndoas do cupuaçu (Theobroma grandiflorum) constituam cerca de 20% do peso do fruto e apresentem altos teores de proteína e gordura, segundo dados de pesquisas, muitas vezes, elas são descartadas após o uso ou empregadas somente na fabricação de ração.
A ideia surgiu por meio da parceria entre Universidade Federal do Amazonas e a empresa Cupuama, localizada no município de Careiro Castanho (a 102 quilômetros de Manaus). A empresa, que contou com financiamento da Fapeam e Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), por meio do Programa Amazonas de Apoio à Pesquisa em Micro e Pequenas Empresas (Pappe Subvenção), procurou aliar o conhecimento científico para o aproveitamento total do cupuaçu somado à preservação do meio ambiente e criou um programa de aproveitamento que prioriza a extração de gorduras das amêndoas do fruto para fins cosméticos.
"O foco da pesquisa é mostrar que os resíduos gordurosos descartados serão objeto de solução para a produção de biodiesel, contribuindo para uma exploração mais eficiente da cadeia produtiva, não somente do cupuaçu, mas também de outras oleaginosas nativas dessa região", afirmou a pesquisadora.
(Agência Fapeam)