Rua Severo de Almeida, 954
83880-000 - Rio Negro/PR
www.simovem.ind.br
simovem@simovem.ind.br
(47)
3645-3520
(47) 3641-6407
Os desafios e as alternativas para a indústria moveleira em meio a crise foram abordados pelo especialista Marcelo Prado, sócio-diretor do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI), que proferiu a palestra de abertura do 6º Congresso Moveleiro - Edição Nacional -, promovido pela Fiep, por meio do Conselho Setorial da Indústria Moveleira.
Os sindicatos do setor no estado, como o Simovem, apoiaram a realização do evento. O encontro forneceu informações diferenciadas aos industriais e oportunidades, como as rodadas de negócios nacionais e internacionais.
Prado comentou que é necessário que os industriais “peguem o manche” e conduzam suas empresas para fazer com que elas sobrevivam ou se destaquem em um cenário como este. “Em épocas de crise, a responsabilidade sai do mercado e vai para as empresas, para as decisões de cada uma. Isto é que vai determinar se a empresa estará no grupo daquelas que crescem em uma crise. Quando um mercado vai bem, todos crescem juntos. Mas não é este o momento. Todos são obrigados a desligar o piloto automático”, comentou durante a palestra.
O especialista lembrou que, apesar de uma queda na quantidade de dinheiro circulando na economia, ainda há espaço para brigar por mercados. Em um momento como este, é preciso criar nos consumidores a identificação com os produtos. Por isto, os empresários devem apostar cada vez mais em segmentação.
De acordo com ele, o principal desafio é ser único e a base da construção da diferenciação é a soma da identificação e da necessidade dos consumidores. “Não adianta mais reproduzir modelos antigos de negócios. O mercado não é mais de massa, e sim um mercado formado por vários nichos. Na casa de uma pessoa não há apenas um estilo de móveis. É impossível atender todos os tipos de pessoas, de perfis e estilos com apenas um produto. Mais do que nunca, é preciso inovar. A barreira para isto não é financeira, e sim cultural”, afirmou Prado.
Prado cita como alternativas a ida para novos mercados regionais, com grande potenciais e pouco explorados pela marca, e o investimento em novos segmentos ou nichos. “Para as pequenas empresas, não existe outro caminho a não ser a especialização, mas com identidade de marca para este nicho. As pequenas não devem se espelhar ou simplesmente imitar as grandes empresas para apenas vender mais do mesmo. Basear-se pode ser válido, desde que a empresa aprenda com os outros e coloque seus diferenciais para agregar valor. Um imitador será condenado a apenas vender preço, o que não garante lucro em tempos de crise”, avaliou.
O diretor da IEMI também não aconselha a alteração de peças dos móveis por opções mais baratas. Isto pode até fazer o preço do produto diminuir, mas não vai representar um maior volume de vendas. “Não é a hora de rebaixar o preço ou criar concorrência para o seu produto campeão de vendas. Uma possibilidade é criar um novo produto que cause encantamento e que pode parecer mais barato do que o campeão de vendas ou outro tipo de produto desejado”, orientou.
Sobre exportações, Prado ressalva que é preciso cuidado com as operações, mesmo com o câmbio favorável. “Somos ainda uma indústria que produz para o mercado interno. Para outros mercados mundiais, se torna necessário levar originalidade e diferenciação. O produto brasileiro não é mais considerado barato lá fora. Não somos mais alternativas do que países da Ásia ou da América Central. Vamos exportar, mas não mais do mesmo. Temos mais oportunidades do que isto”, considerou.
Dados
Produção de US$ 464 bilhões, com crescimento médio de 7% ao ano desde 2004
China é a principal produtora, seguida por Estados Unidos, Alemanha e Itália
Brasil é o quinto no ranking mundial de produção de móveis, com 3,4% do total
Produção de 472 milhões de peças, o que representou uma queda de 0,9% ante 2013
Faturamento de R$ 37,4 bilhões, um crescimento nominal de 4,1% em relação a 2013
80% dos móveis fabricados no país são de madeira
As linhas mais produzidas foram dormitório, cozinha, estofados e sala de estar
Paraná é o terceiro estado com maior produção de móveis no país
Recuo de 3% na produção total de móveis
Aumento de 2% em valores nominais
Fonte: IEMI