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O Plano de Logística Reversa a ser aplicado nos setores da madeira e e móveis foi apresentado aos sindicatos do segmento no dia 20 de janeiro, no Campus da Indústria, em Curitiba (PR). Duas novas reuniões estão previstas para os dias 6 e 18 de fevereiro, quando o Plano deverá receber aprovação antes de ser entregue à Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sema), no dia 20.
O Plano – que é composto de diversas metas de desenvolvimento de 2014 a 2025 - foi apresentado pela analista Franciele Freitas, do Senai, responsável pela versão técnica do plano. Segundo ela, o momento agora é de aguardar os posicionamentos a serem tomados pelos sindicatos, alguns deles devem convocar assembleias com seus associados.
“Dia 6 é a data para os sindicatos trazerem pronto o que eles definiram em relação às metas; fizemos algumas palestras e visitas e esse tema está com uma divulgação muito grande no mercado, então o pessoal está com essa conscientização maior e acho que está atingindo o público que precisamos”, comentou.
O Plano está dividido em alguns tópicos que abordam a educação ambiental, a gestão dos resíduos sólidos, a formação de parcerias, além da maior divulgação entre as empresas do próprio plano.
Na opinião da analista técnica da Gerência de Fomento e Desenvolvimento da Fiep, Cláudia Lacerda Martins, a reunião foi importante para os representantes do setor. “Foi muito importante para a discussão das suas metas, acredito que houve uma boa evolução, se considerarmos o histórico do processo, iniciado em 2012, quando poucos conheciam o tema”, disse.
Por causa da complexidade do assunto, alguns sindicatos podem convocar assembleias para discutir o andamento do Plano com seus associados. A secretária executiva do Sindicato da Madeira de Ponta Grossa, Priscilla Jaronski, admite essa possibilidade: “A gente vai marcar uma assembleia entre os associados para eles aprovarem esses pontos para que até o dia 4 tenhamos isso bem definido, o plano está ótimo, ele está bem estruturado, mas a gente precisa saber dos associados se eles vão ter alguma dificuldade na prática da aplicação e é isso que a gente vai fazer agora para que na próxima reunião tenhamos definido esses pontos que podem gerar discussão”, afirmou.
Priscilla ressalta que o tema já foi abordado com os associados em outras ocasiões. “Nós já fizemos alguns eventos em Ponta Grossa, inclusive em novembro nós fizemos o Café com Prosa para que os associados pudessem questionar os profissionais que estão elaborando o plano, fazendo alguns questionamentos e tirando algumas dúvidas, mas infelizmente não tivemos tanta adesão por causa dessa resistência que os associados têm em relação a esse assunto que é novo”, afirmou.
Para o gerente comercial do Simov, Emerson Langner, ainda faltam alguns detalhes a serem debatidos. “O plano foi apresentado como uma versão Beta e precisa de um trabalho ainda para adequação real àquilo que as empresas vivem hoje em dia, as metas são muito ousadas e as empresas precisam de muito mais informação do que está sendo passado, então é só o início mesmo do trabalho efetivo que tem pela frente”, disse.
Em sua opinião, algumas empresas terão dificuldades. “Teremos dificuldades no entendimento das metas e no entendimento das exigências legais, porque as empresas não estão totalmente conscientizadas do que a legislação vai cobrar dos industriais e esse é o papel principal que o sindicato vai ter para que isso seja compreendido pelas indústrias e elas não sejam penalizadas pelo descumprimento de algum ponto”, avalia.
Ele explica que o acompanhamento do produto será um desses pontos. “O entendimento do processo como um todo, como é que efetivamente a empresa terá que desempenhar o seu papel no momento da venda para outra região para poder fazer o acompanhamento desse produto e quando ele vai voltar para a indústria de novo? Em que momento a indústria é responsável por isso talvez seja uma grande dificuldade para explicar”, concluiu.
Já o diretor da Madem e representante do Simovem, Diego Moreira, acredita que a reunião foi bem esclarecedora e que a dificuldade maior estará na abrangência do setor e no papel realizado pelas empresas de grande e de pequeno porte. “Foi esclarecedora, pelo tempo que conversamos desde o ano passado, está bem encaminhado, o plano praticamente pronto; acreditamos que ele (plano) tem ainda um longo período a ser discutido após a apresentação à Sema porque ele é bem minucioso, tem bastante detalhe que envolve trabalho das empresas e do sindicato. A maior dificuldade será implementar o plano, porque ele abrange toda a cadeia e nossa cadeia é bem abrangente. Cada segmento tem um aspecto único e exclusivo, então cada empresa terá que, junto com o sindicato, buscar a informação para a implementação do plano, isso, de certa forma para o sindicato é um pouco trabalhoso, então as empresas vão ter que dar um bom suporte ao sindicato, que sozinho não conseguirá”, disse.
Para ele, empresas como a que ele atua terá maior facilidade para a implantação do Plano, pois já conta com um sistema próprio, ao contrário de outras empresas menores, no entanto, o pós-consumo precisará ser olhado com maior atenção. “O pré-consumo dentro da indústria a gente já tem todo pronto, não tem nenhum aspecto pendente. O pós-consumo já temos um caminho traçado por trabalhar com produto reciclado. Compramos a bobina do mercado, seminova e usada, então são apenas alguns detalhes de documentação. A Madem já vem há algum tempo praticando a parte de logística reversa devido a aquisição de material pós-consumo”, concluiu.