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Para aumentar a competitividade das micro e pequenas empresas brasileiras no mercado peruano, o Sebrae lança um levantamento das possibilidades de negócios existentes na região de fronteira do Brasil com o país vizinho. Segundo o Mapeamento de Oportunidades no Mercado de Fronteira Brasil - Peru, há uma grande demanda por móveis com maior valor agregado e alimentos, como grãos, carne, arroz e açúcar. Esse espaço pode ser preenchido pelas empresas dos estados limítrofes.
O estudo mostra que Acre, Rondônia e Mato Grosso representam o motor da economia da área de fronteira, que inclui as regiões peruanas de Arequipa, Cuzco, Tacna, Madre de Dios e Lima.
O Peru é importante parceiro comercial do Brasil. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), 1% das exportações brasileiras são vendidas ao Peru. Em 2010, foram exportados US$ 2 bilhões, 35% mais que no ano anterior e o equivalente a um quinto de todas as importações feitas pelo Peru. A produção em escala dos artigos brasileiros permite que entrem no território peruano com vantagens competitivas, conforme aponta o levantamento. A demanda é maior por mercadorias com mais valor agregado. Os números do MDIC mostram que os itens industrializados representam 88% do volume exportado.
Além dos móveis e alimentos, também há mercado para a exportação de roupas, materiais de construção, máquinas e equipamentos agrícolas, peças de veículos, papel, plástico, eletroeletrônicos e produtos químicos. Hoje os principais provedores destas regiões são as empresas do próprio país, com exceção de Lima, que importa moda, móveis e alimentos. Mas, na hora de exportar, aponta o estudo, os empresários brasileiros devem ficar atentos a barreiras comerciais, aos aspectos sanitários exigidos pelo Peru, aos problemas de transporte e aos serviços logísticos. Apenas em Madre de Dios e em Tacna, localizadas em zonas francas, há vantagens para importação.
"Estudos como este apontam oportunidades para as micro e pequenas empresas dos setores estudados e os ajustes que elas precisam realizar para se inserirem de forma competitiva internacionalmente. É importante lembrar que a presença no Peru pode ser uma escala para o mercado andino, da costa oeste dos Estados Unidos e da Ásia", observa Paulo Alvim, gerente de Mercado e Serviços Financeiros do Sebrae.
Entre os principais setores produtivos das regiões limítrofes aparecem a extração de minérios, a indústria têxtil e de confecção e a indústria pesqueira. Além do Brasil, figuram entre os principais parceiros comerciais do Peru o Equador, o Panamá, o Chile, a Colômbia e a Argentina.
Desde 1971, o Produto Interno Bruto (PIB) peruano cresce em torno de 2,9% ao ano. O avanço registrado pela economia brasileira é superior, de 3,9% ao ano, mas o aumento peruano é maior que o de outros países da América Latina, como Uruguai e Argentina - ambos cresceram 2,4% ao ano nas últimas quatro décadas. O mercado peruano, segundo o estudo, possui 6 milhões de consumidores. A análise destaca ainda que o incremento da classe média é muito importante para fortalecer o mercado consumidor, além de ter havido uma melhora na infraestrutura portuária e aeroportuária.