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A expectativa dos analistas, aliás, é justamente do contrário, ou seja, da ampliação das possibilidades comerciais, conforme afirmou André Leal, especialista em investimentos e representante do consulado norte-americano que participou da reunião do Conselho Temático de Negócios Internacionais, na Fiep, realizada no dia 8 de fevereiro. Ele explicou que entre os objetivos principais do novo governo está a abertura de postos de trabalho, o que deve reduzir empecilhos ao recebimento de investimentos.
Para o especialista, a mudança de governo não deve trazer reflexos negativos ao ambiente de negócios. Ele ressalta ainda que algumas possibilidades comerciais, como o estabelecimento de bases comerciais no país - ainda que seja um escritório virtual - e as exportações a partir de solo americano para usufruir dos benefícios trazidos pelos acordos comerciais, por exemplo, podem se ampliar. "Gostaria de acalmar os senhores. Não mudem os projetos de internacionalização de suas empresas em função da mudança do governo”, salientou.
Leal reforçou que a economia norte-americana tem muita força e oferece muitas oportunidades, sobretudo para aquelas empresas que realizarem um bom planejamento e buscarem a excelência. Para o representante, é essencial investir em serviços. "Muitas empresas têm um produto competitivo, mas acabam não tendo sucesso por falhar na prestação de serviços, que é muito valorizada pelos clientes americanos", explicou.
Leal também informou que a internacionalização não é restrita a grandes empresas e que médias e pequenas empresas também podem ter um espaço interessante. Ele adiantou ainda que o novo governo já está discutindo questões específicas relacionadas a empresas startups e de desenvolvimento de tecnologia, cujas parcerias interessam ao governo norte americano.
Em relação aos setores, o especialista destacou a participar das empresas de Tecnologia da Informação no solo americano, sobretudo as de desenvolvimento de softwares, em especial aquelas que atuam no segmento B2B. “Um quarto das empresas brasileiras que fazem sucesso nos Estados Unidos são do setor de TI”, disse. Outras áreas que têm encontrado espaço e vêm crescendo no país, segundo Leal, são: metalmecânico, agronegócios, indústria farmacêutica e construção civil.
Outra dica dada pelo especialista é que as indústrias interessadas na internacionalização busquem regionalizar seu mercado nos Estados Unidos, levando em conta o seu público desejado, fornecedores, parceiros comerciais e logística. "É preciso determinar qual mercado você deseja atingir inicialmente, o que pode ser de uma cidade ou região e, a partir daí, expandir para o condado, para o Estado, o país e até o exterior, via solo americano", completou. "Somente o fato de você ter operação nos Estados Unidos ou na Europa ajuda a abrir portas em outros mercados e pode ser uma estratégia interessante", disse.
Paulo Pupo, vice-presidente da Fiep e coordenador do Conselho Temático de Negócios Internacionais, avaliou o encontro como positivo. Ele ponderou, no entanto, algumas dúvidas dos industriais quanto à política do governo Trump, especialmente ao que se refere à política cambial, às taxações e aos acordos comerciais com outros países. “Precisamos ficar muito atentos em relação aos próximos anúncios que serão decisivos”, comentou. Pupo acrescentou que há uma grande expectativa para a formalização de um acordo bilateral entre o Brasil e os Estados Unidos, que já vem sendo discutido.
Durante o encontro, o superintende corporativo da Fiep, Reinaldo Tockus, destacou a importância de as indústrias paranaenses contarem com o apoio do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Fiep. A instituição oferece informações essenciais como estudos de Inteligência de Mercado e a preparação das empresas para a internacionalização, além de promover missões, prospecção de clientes e rodadas de negócios setoriais que colocam em contato as empresas com clientes e fornecedores.
Desta forma, as empresas podem analisar e se preparar para atender as expectativas de mercado, evitando prejuízos e usando estratégias adequadas à sua expansão. "O CIN oferece ferramentas essenciais como capacitações e auxilia as indústrias na elaboração de suas estratégias de mercado, como uma forma de passar a atuar já estruturada e com foco definidos. É um serviço oferecido pela Fiep que está à disposição de todos", ressaltou.
Com informações da Agência Fiep