Serrarias Irati

Sindicato das Indústrias de Serrarias, Carpintarias, Tanoarias e da Marcenaria de Irati

Envie para seus amigos

Verifique os campos abaixo!






Comunicar Erro

Verifique os campos abaixo!




Bandidos "depenam" casas para roubar madeira no PR

21 de agosto de 2011

Alvo dos ladrões são as paredes de peroba, material nobre e em extinção

Em Sabáudia, há casas em que só se restou o piso; criminosos se aproveitam de lacuna em legislação ambiental

ESTELITA HASS CARAZZAI

A porta de entrada é mera formalidade na capela de São Jorge, na zona rural de Cambira (região norte do Paraná). É mais fácil entrar pelas laterais depois que as paredes da igreja, feitas de tábuas de peroba, foram roubadas por ladrões.

"Aquilo foi uma coisa incrível", conta o padre Francisco Adami, 72. Além da porta de entrada, só sobraram o telhado, as janelas e algumas paredes secundárias, com tábuas pequenas.

Até então, Adami não sabia que o material das paredes da capela é precioso e que seu valor pode chegar a R$ 25 cada tábua.

Árvore de madeira nobre e ameaçada de extinção, a peroba é muito cobiçada por indústrias moveleiras de Minas Gerais e São Paulo que fazem móveis rústicos.

A indústria vem alimentando uma "caça ilegal" no norte do Paraná: bandidos têm demolido casas inteiras em propriedades rurais atrás das tábuas de peroba, que era abundante na região há cerca de 50 anos, quando a capela foi construída.

Além da igreja de Cambira, pelo menos outras sete construções foram depenadas por ladrões nos últimos 12 meses. Os ladrões esperam o imóvel estar vazio para atacar.

Na pequena Sabáudia, cidade vizinha, há casas em que as paredes foram todas levadas e só restou o piso.

A polícia diz que os crimes se intensificaram nos últimos dois anos. "Esse negócio de móveis rústicos é o que está acelerando os furtos", diz o escrivão Clodoaldo de Souza, de Sabáudia.

BRECHA LEGAL

O furto de madeira nobre, mesmo que de espécies ameaçadas de extinção, não é considerado crime ambiental. E, como tem pequeno potencial ofensivo, a maioria dos bandidos, presos em flagrante, são liberados.

Foi o que ocorreu com sete deles em Sabáudia. Os criminosos foram indiciados e respondem a processos por furto, mas estão soltos.

"Isso incentiva os criminosos. Se forem pegos, eles apostam que a polícia não vai conseguir provar o crime. E aí, se eventualmente forem condenados, a pena é mínima", explica o delegado Valdir Abraão da Silva, da regional de Apucarana, que também investiga o caso.

Para a polícia, vários grupos atuam na região. Em Sabáudia, a delegacia local pretende encaminhar nesta semana um inquérito ao Ministério Público, para que o órgão entre na investigação.

Aos frequentadores da capela de São Jorge, em Cambira, só resta a opção de frequentar as missas em um sítio próximo, para onde elas foram transferidas.

Já o padre Adami quer reconstruir a igreja, mas teme que o crime se repita. "Quem é que vai cuidar para que não venham mais ladrões?"

DEIXE SEU COMENT�RIO

Os seguintes erros foram encontrados:








    1. Os sites do Sistema Fiep incentivam a pr�tica do debate respons�vel. S�o abertos a todo tipo de opini�o. Mas n�o aceitam ofensas. Ser�o deletados coment�rios contendo insulto, difama��o ou manifesta��es de �dio e preconceito;
    2. S�o um espa�o para troca de ideias, e todo leitor deve se sentir � vontade para expressar a sua. N�o ser�o tolerados ataques pessoais, amea�as, exposi��o da privacidade alheia, persegui��es (cyber-bullying) e qualquer outro tipo de constrangimento;
    3. Incentivamos o leitor a tomar responsabilidade pelo teor de seus coment�rios e pelo impacto por ele causado; informa��es equivocadas devem ser corrigidas, e mal entendidos, desfeitos;
    4. Defendemos discuss�es transparentes, mas os sites do Sistema Fiep n�o se disp�em a servir de plataforma de propaganda ou proselitismo, de qualquer natureza.
    5. Dos leitores, n�o se cobra que concordem, mas que respeitem e admitam diverg�ncias, que acreditamos pr�prias de qualquer debate de ideias.
    Desoneração leva indústria ao CongressoÁrvore já foi abundante no norte do Estado